ABSTRACT
Esta dissertação busca com base em dados documentais analisar sob a ótica da semiologia os processos de produção e circulação das imagens de advertências sanitárias dos anos de 2001, 2003 e 2008. São ao todo 29 imagens que passaram por transformações nos últimos 10 anos, tornando-as mais importantes, para causar o efeito de aversão ao maço de cigarros ao jovem não fumante, para que este público alvo não se sinta seduzido pelo produto. Com base teórico-analítica dos discursos sociais, esse estudo de caso pretende refletir sobre as transformações ocorridas nas imagens de advertências sanitárias nos últimos 10 anos e, sua trajetória como uma estratégia de comunicação capaz de influenciar na queda da iniciação ao tabagismo.
Subject(s)
Control and Sanitary Supervision of Tobacco-Derived Products , Tobacco Industry , Tobacco Use Disorder , Tobacco-Derived Products Publicity , Tobacco Use Disorder/history , Tobacco Use Disorder/economicsABSTRACT
Faz uma abordagem sobre a origem do mito da magia da fumaça, que está obrigatoriamente ligada ao fogo domesticado. Assim, só é muito antigo como também acompanhou de perto a marcha da humanização. Os registros da paleopatologia apontam para a evidência de que a sobrevivência dos nossos ancestrais, num determinado período, esteve diretamente relacionada com a produção, a conservação e o transporte do fogo. Os mais respeitados historiadores da atualidade atribuem ao uso do fogo, mudando o meio hostil, um dos fatores mais importantes na bravura dos hominídeos pela sobrevivência. Não é exagero afirmar que a partir dessa fase o homem tenha adquirido um novo sentimento contribuindo para reforçar a diferença dele sobre os outros animais. A passagem do tabagismo do espaço sagrado para o profano se deu, no Brasil, com a chegada do colonizador. O vício de fumar, por homens e mulheres, como instrumento de prazer doi imediatamente percebida ainda nos primeiros contatos e cristalinamente assinalado por Fernão Cardim, no século 16. O mais importante documento da historiografia sobre o avanço do tabagismo depois da colonização é o livro 'História natural e médica da Índia Ocidental', do médico holandes Guilherme Piso, formado na Universidade de Caen, na França, em 1634. Durante a ocupação holandesa do Nordeste brasileiro, na primeira metade do século 17, pelas tropas de João Maurício de Nassau, o médico Guilherme Piso, chefe dos serviços médicos das Índias Ocidentais, fez um registro fundamental para que se possa entender a sedução que o tabagismo exerceu no continente americano.
Subject(s)
History, 16th Century , History, 17th Century , History of Medicine , Public Health/history , Tobacco Use Disorder/history , BrazilABSTRACT
Este trabalho analisa o processo que levou a formação do coletivo antitabagista brasileiro sob a liderança médica na década de 1950, a partir da divulgação em periódicos como Brasil-Médico e Revista Brasileira de Medicina (RBM) de dados de pesquisas produzidas. na Inglaterra e EUA que ligavam o tabagismo ao câncer de pulmão. Entre os autores destes textos e editores dessas revistas, destaque coube aos tisiologistas/pneumologistas da Policlínica Geral do Rio de Janeiro, que estariam na linha de frente da propagação de um discurso contra o hábito no país, buscando principalmente apoio na própria comunidade médica. Isso foi favorecido pelo lugar ocupado pelos médicos do movimento na comunidade científica/profissional e na própria máquina estatal. Estratégias como a divulgação de artigos e a promoção de simpósios sobre o tema, além de campanhas realizadas para médicos pelo Jornal Brasileiro de Medicina (JBM), foram preponderantes para a expansão do coletivo, pois permitiu a integração de novos aliados na comunidade médica e em outras esferas, como a política e a imprensa
Foi por meio da atuação deste coletivo médico que se originou, através da Portaria 655/GM, o Grupo Assessor ao Ministério da Saúde para o Controle do Tabagismo no Brasil (GACT). Este grupo foi responsável pelo Programa Nacional de Combate ao Fumo em 1986, em um momento que o país passava por uma transição epidemiológica, na qual as doenças crônico-degenerativas começaram a se tornar objeto de políticas de saúde pública. O Programa também se constituiu como importante marco de institucionalização da luta contra o tabagismo no país. Assim, nosso estudo procurou perceber como a promoção da luta antitabagista, por meio da divulgação científica entre especializados e leigos, e a implementação de políticas de saúde pública governamentais, legitimou socialmente no Brasil a relação tabagismomales a saúde, sobretudo, o câncer de pulmão
Subject(s)
Humans , Male , Female , Pregnancy , Child , Adolescent , Adult , Aged , Tobacco Use Disorder/history , Tobacco Use Disorder/prevention & controlABSTRACT
Este trabalho analisa o processo que levou a formação do coletivo antitabagista brasileiro sob a liderança médica na década de 1950, a partir da divulgação em periódicos como Brasil-Médico e Revista Brasileira de Medicina (RBM) de dados de pesquisas produzidas. na Inglaterra e EUA que ligavam o tabagismo ao câncer de pulmão. Entre os autores destes textos e editores dessas revistas, destaque coube aos tisiologistas/pneumologistas da Policlínica Geral do Rio de Janeiro, que estariam na linha de frente da propagação de um discurso contra o hábito no país, buscando principalmente apoio na própria comunidade médica. Isso foi favorecido pelo lugar ocupado pelos médicos do movimento na comunidade científica/profissional e na própria máquina estatal. Estratégias como a divulgação de artigos e a promoção de simpósios sobre o tema, além de campanhas realizadas para médicos pelo Jornal Brasileiro de Medicina (JBM), foram preponderantes para a expansão do coletivo, pois permitiu a integração de novos aliados na comunidade médica e em outras esferas, como a política e a imprensa
Foi por meio da atuação deste coletivo médico que se originou, através da Portaria 655/GM, o Grupo Assessor ao Ministério da Saúde para o Controle do Tabagismo no Brasil (GACT). Este grupo foi responsável pelo Programa Nacional de Combate ao Fumo em 1986, em um momento que o país passava por uma transição epidemiológica, na qual as doenças crônico-degenerativas começaram a se tornar objeto de políticas de saúde pública. O Programa também se constituiu como importante marco de institucionalização da luta contra o tabagismo no país. Assim, nosso estudo procurou perceber como a promoção da luta antitabagista, por meio da divulgação científica entre especializados e leigos, e a implementação de políticas de saúde pública governamentais, legitimou socialmente no Brasil a relação tabagismomales a saúde, sobretudo, o câncer de pulmão
Subject(s)
Male , Female , Humans , Pregnancy , Child , Adolescent , Adult , Aged , Tobacco Use Disorder/history , Tobacco Use Disorder/prevention & controlABSTRACT
El tabaquismo es actualmente un problema de salud pública que representa una epidemia global responsable de muchos daños en la salud de la población. La situación en el mundo nos indica que 1100 millones de personas fuman, que 4 millones mueren por año, y se estima que 10 millones morirán por año en el 2030; de ellos, 7 millones serán de países en desarrollo. La situación de tabaquismo en el Perú para el año 2000 describe que 61 por ciento de los varones y 46 por ciento de las mujeres han fumado alguna vez; que 40 por ciento de mujeres mayores de 18 años y 60 por ciento de hombres mayores de 18 años han fumado en el último año. La asociación tabaco-cáncer es una relación bien establecida en causa-efecto y dosis-efecto; las neoplasias malignas donde ésta asociación está comprobada son: de la cavidad oral, de la laringe, esófago, árbol respiratorio y los de la vejiga; éstos han sido notificados en los fumadores y fumadores pasivos. A pesar de todas las evidencias de que el fumar afecta la salud, las tabacaleras incrementan su publicidad con mensajes engañosos, asociándola a belleza, placer, deporte y salud. La lucha antitabáquica como acción prioritaria dentro de la política sanitaria mundial ha impulsado un instrumento jurídico internacional que limitará la difusión mundial del tabaco y sus productos, a través del Convenio Marco de Control del Tabaco, que significa un compromiso de los países firmantes para tener legislación integral en el tema de control del tabaquismo, y es el Perú uno de los primeros 40 países firmantes.
Tobacco use is currently a public health problem which represents a global epidemic responsible of an enormousdamage to peopleÆs health. Worldwide, 1100 million people smoke, 4 million die every year because of diseasesrelated to tobacco use, and it is estimated that the death toll will be as high as 10 million people for year 2030; 7 millionof such deaths will correspond to developing countries. Tobacco use in Peru for the year 2000 indicates that 61 per cent ofmen and 46 per cent of women had smoked at least once in their lives; and that 40 per cent of women older than 18 years old and60 per cent of men older than 18 years old had smoked in the past year. There is a well-established cause-effect and doseeffectrelationship between smoking and cancer; malignancies where this association has been proven include thefollowing sites: oral cavity, larynx, esophagus, respiratory tract, and urinary bladder. These malignancies have beennotified in both active and passive smokers. In spite of all the evidence indicating that smoking affects health, tobacco companies increase their advertisementsusing misleading messages, associating tobacco use to glamour, pleasure, sports, and even health. The campaignagainst tobacco as a prioritary action within the worldÆs sanitary policy led to an international legal instrument whichwill limit worldwide spread of tobacco use, thorough a Global Agreement for Tobacco Control, which is a compromisefrom the signing countries in order to have an integrated legislation for tobacco control, and Peru is one of the first 40signing countries.
Subject(s)
Male , Female , Adult , Humans , Tobacco Use Cessation , Public Health , Tobacco Use Disorder , Tobacco Use Disorder/epidemiology , Tobacco Use Disorder/historyABSTRACT
Faz uma abordagem sobre a origem do mito da magia da fumaça, que está obrigatoriamente ligada ao fogo domesticado. Assim, só é muito antigo como também acompanhou de perto a marcha da humanização. Os registros da paleopatologia apontam para a evidência de que a sobrevivência dos nossos ancestrais, num determinado período, esteve diretamente relacionada com a produção, a conservação e o transporte do fogo. Os mais respeitados historiadores da atualidade atribuem ao uso do fogo, mudando o meio hostil, um dos fatores mais importantes na bravura dos hominídeos pela sobrevivência. Não é exagero afirmar que a partir dessa fase o homem tenha adquirido um novo sentimento contribuindo para reforçar a diferença dele sobre os outros animais. A passagem do tabagismo do espaço sagrado para o profano se deu, no Brasil, com a chegada do colonizador. O vício de fumar, por homens e mulheres, como instrumento de prazer doi imediatamente percebida ainda nos primeiros contatos e cristalinamente assinalado por Fernão Cardim, no século 16. O mais importante documento da historiografia sobre o avanço do tabagismo depois da colonização é o livro 'História natural e médica da Índia Ocidental', do médico holandes Guilherme Piso, formado na Universidade de Caen, na França, em 1634. Durante a ocupação holandesa do Nordeste brasileiro, na primeira metade do século 17, pelas tropas de João Maurício de Nassau, o médico Guilherme Piso, chefe dos serviços médicos das Índias Ocidentais, fez um registro fundamental para que se possa entender a sedução que o tabagismo exerceu no continente americano.